Revista de Psicofisiologia, 2(1), 2000 |
4.4) Conseqüências Quem fica acordado quando deveria estar dormindo, seja por algum distúrbio de saúde, por obrigação, estilo de vida ou mesmo motivos externos, tem uma conta a resgatar com o organismo. Essas pessoas têm um déficit de sono o qual é cobrado no dia seguinte, ano após ano, na forma de irritação, dificuldades de concentração, lapsos de memória, acordando no dia seguinte sentindo-se mal ou muito mal etc. Os mais numerosos devedores de sono são as pessoas que sofrem de insônia. A pesquisa demonstrou que quase a metade dos insones brasileiros é do tipo que não consegue adormecer, um terço acorda sobressaltado à noite e apenas oito em cem têm a insônia terminal. São cerca de vinte milhões de adultos com um dos três tipos de distúrbios no Brasil. O médico Charles Pollak, da Universidade de Cornell, considera "O déficit de sono é a maior fonte de limitação da capacidade das pessoas nas sociedades modernas. É espantoso que só tenhamos acordado para isso nos últimos anos". Pessoas com sono atrasado podem andar, ouvir e enxergar como todas as outras, porém a habilidade de raciocínio, o poder de fazer julgamentos e manter a atenção ficam abalados. Dois em cada dez acidentes de trabalho são causados por noites mal dormidas. Baixo desempenho escolar e profissional, acidentes nas estradas estão associados ao déficit de sono. Em virtude deste déficit é que se flagram trabalhadores cochilando no ônibus e senhores cabeceando em reuniões. |