3 - A IMPORTÂNCIA
DOS SONHOS
Desde épocas remotas, o homem vem se questionando a respeito do sonho. A
própria Bíblia, está permeada, tanto no Velho como no Novo Testamento,
de histórias onde um "ser" aparece na noite para indicar
caminhos, quebrar grilhões, trazer soluções, "mesmo os povos
primitivos costumavam descer ao recôndito de suas cavernas e dormir sobre
os túmulos dos antepassados ou sobre as peles de animais oferecidos em
sacrifícios, na esperança de conseguir curas através dos sonhos"8.
Em 1862, Alfred Maury
faz as primeiras tentativas para explicar as causa do conteúdo mental dos
sonhos. Este médico francês propôs, que os sonhos aparecem como atos
reflexos a estímulos sensoriais à sua volta.
Mais tarde Sigmund
Freud o propôs como útil no tratamento de enfermidades nervosas. Freud
distinguia dois componentes principais dos sonhos, o conteúdo manifesto
(expresso pelo paciente) e o conteúdo latente, que era inferido por Freud
de acordo com a simbologia cunhada por ele mesmo. Foi o primeiro a se
interessar em que momento os sonhos surgem.
Esses pioneiros
tratavam o estudo dos sonhos sem que houvesse um interesse na relação
que existe entre eles e o estado funcional do cérebro. Foram
influenciados pela ideologia cartesiana, divorciando a mente do cérebro,
e não dispunham de uma tecnologia que permitisse explorar o funcionamento
cerebral.
Em 1929 Berger
desenvolveu o método do eletroencefalograma (EEG), tornando possível o
registro da atividade elétrica cerebral no homem. Isto permitiu
estabelecer uma relação direta entre os estados de consciência e
atividade eletrofisiológica do cérebro.
Em 1953, Aserinsky e
Kleitman verificaram melhor que o sono de ondas lentas é interrompido
periodicamente por episódios de atividade rápida no EEG, que se
acompanham de Movimento Oculares Rápidos. O descobrimento do sono MOR no
homem favoreceu o conhecimento da estrutura mental dos sonhos, sua relação
com um estado fisiológico cerebral e com diversas mudanças periféricas.
A partir do estudo dos sonhos por estudos poligráficos no homem, tem-se
conseguido determinar que seus diversos componentes, vegetativos,
emocionais e mentais e evocam memórias sensoriais.
Ainda hoje, várias
linhas tentam desvendar o grande enigma dos sonhos. Temos vertentes pragmáticas,
esotéricas, filosóficas e trabalhos de caráter mais científico, que
estão sendo desenvolvidos em laboratórios de todo o mundo. Em especial
Patrícia Garfield vai nos mostrar a importância do sonhar e nos
conscientizar de como podemos "utilizar" nossos sonhos no
aprimoramento de nossa criatividade. É importante esclarecer que ao
citarmos o verbo "utilizar" estamos nos referindo a um mecanismo
apontado pela autora, que nos torna possível aumentar ou desenvolver o
estado consciente durante os sonhos.8
Através de um
trabalho de observação realizado com os sonhadores "senoi", a
autora acima afirma que os sonhos não são um evento que ocorrem de
maneira desvinculada com a realidade do sonhador. Na verdade, as alterações
vivenciadas durante o sonhar podem ser remetidas para o comportamento
real, que por sua vez também estará influenciando o sonhar, gerando
assim o que a autora chamou de "um ciclo de amadurecimento
positivo". Ela levanta três pontos relevantes no controle dos
sonhos:
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Estarmos motivados
para um ato criativo.
-
Termos colhido
informações relevantes.
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Já termos feito
esforços iniciais no sentido de sintetizar nosso material.
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