Revista de Psicofisiologia, 2(1), 2000

O Sono, destacando o sonho, o ritmo biológico e a insônia

5) SONHOS
5.1) Aspectos Gerais
    Relatos de sonhos se conhecem desde a Antigüidade e o início da humanidade. As pessoas adormecidas espantam-se com o conteúdo de seus sonhos. Comparando os conteúdos temáticos destes sonhos vemos que são impressionantemente semelhantes aos dos sonhos atuais, como por exemplo os descritos por Artemidorus no século II D.C. Acreditava-se que os sonhos eram pouco freqüentes, mas estudos fisiológicos atuais demonstraram que os sonhos ocorrem regularmente em quase todo o período de sono MOR, variando apenas a capacidade de relatá-los.

    Os sonhos mais relatados são aqueles correspondentes aos últimos períodos MOR da noite. O sonho é considerado a quinta fase do sono, na qual a atividade cerebral é maior. É nele que os quadros vividos na vida de vigília são repassados um a um. Neste caso, vemos que a importância do sonho é fundamental e saber compreendê-los e analisá-los enriquece muito nossas vidas, pois descobrimos as razões que nos fizeram comportar. Podemos encontrar a chave de nosso comportamento atual com origem em outras épocas de nossa vida. Quem sonha, acorda mais criativo e quem deixa de sonhar, sobretudo por dias consecutivos, fica de péssimo humor, tem dificuldade de concentração e de atenção.

    Os sonhos podem também surgir durante o sono NMOR (não MOR), mas estes são menos recordados, menos vívidos e geralmente em forma de períodos de racionalização relacionados com a vigília prévia, e geralmente tornam-se pesadelos.