Revista de Psicofisiologia, 2(1), 1998

Ontogenia: do nascimento à velhice

2.2) O desenvolvimento motor

Se refere ao amadurecimento do controle sobre os diferentes músculos do organismo. Este amadurecimento se inicia na idade pré-natal, durante o terceiro mês de gestação, quando o feto apresenta uma forma ainda grosseira de comportamento motor puramente reflexo. A partir do 4o. mês de gestação a atividade motora do feto, aumenta em intensidade e quantidade, já percebida pela mãe. Mas, somente a partir do primeiro mês após o nascimento, com o amadurecimento da área motora cerebral e com o desenvolvimento dos músculos e ossos, é que, a atividade motriz torna-se mais coordenada e diferenciada, será notado o aparecimento de movimentos controlados de partes específicas do corpo.

Quando um estímulo é aplicado em uma determinada zona específica ela irradia-se para todo o organismo. Quando o bebê chora, por exemplo, notamos que todo o seu corpinho se movimenta acompanhando o choro. Isto demonstra que a criança ainda está, neurológicamente, imatura.

Por volta de 1 ano, o trato córtico-espinhal e córtico-nuclear completam sua mielização, possibilitando o início de ficar de pé e caminhar.

O cérebro está praticamente pronto na sua macro-estrutura para ser usado mais intensamente por volta dos 2 anos de idade da criança. Agora as ondas cerebrais, conseqüência da formação das estruturas colunares no córtex cerebral, estão prontas para acompanhar o desenvolvimento da linguagem.

Dos 2 aos 12 anos, um grande número de botões sinápticos crescem ou passam a funcionar, constituindo a fase de maior plasticidade macroscópica do cérebro. A uma gravação de caminhos de memória definitivos no cérebro, pelo aumento da potenciação elétrica e também ocorre desenvolvimentos de habilidades motoras e de processos mentais e interiorização das estimulações sensoriais.

Na puberdade, a estrutura do cérebro está macroscopicamente definido. A plasticidade cerebral e a capacidade de aprendizagem vão continuar por longos anos, mas num rítmo mais lento, dependendo de sua longevidade de fatores genéticos e da preservação da saúde.

Dos 40 aos 60 anos, o indivíduo se encontra na chamada meia idade, onde começa a deixar o vigor da juventude e começa a se aproximar da velhice, ocorre então, uma nova visão da sua existência.