Revista de Psicofisiologia, 1(1), 1997 |
4.5) Tratamento
A "hipótese aminérgica" propõe que a depressão está associada a um déficit funcional de uma ou mais aminas neurotransmissoras cerebrais, e a mania estaria associada a um excesso funcional de uma ou mais dessas aminas neurotransmissoras, sobretudo a norepinefrina, a serotonina e a dopamina. Os medicamentos anti-depressivos desempenham um papel importante na formulação e comprovação desta hipótese, e isto se dá porque diferentes classes de anti-depressivos como o tricíclicos, inibidores da ensima monoamino-oxidase, embora tenham uma ação bioquímica diferente resultam no aumento da disponibilidade de aminas neurotransmissoras na sinapses nervosas, e, portanto nos sítios receptores pós-sinápticos. Existe uma visão de que os componentes tricíclicos dos anti-depressivos se devem a elevação da noradrenalina nas regiões receptoras. Estes invertem a síntese da reserpina provalvelmente através do bloqueio do reaproveitamento da NA através da membrana sináptica e desta forma, provocando um acúmulo de noradrenalina nas regiões pós-sinápticas. O carbonato de lítio e outros sais de lítio têm um efeito anti-maníaco pronunciado e um certo efeito anti-depressivo, além de um efeito profilático, podendo sua administração contínua prevenir e controlar as oscilações de humor do paciente. Entretanto o lítio continua sendo objeto de várias pesquisas devido a multiplicidade de efeitos colaterais que exercem no organismo. Sabe-se que substitui o Na no meio extra-celular, tornando o Na menos excitável, portanto prevenindo as causas maníacas e, consequentemente, o sintoma depressivo, reflexo ou em rebote. Podendo relacionar o tratamento medicamentoso ao reconhecimento social do paciente maníaco depressivo ,uma melhor qualidade de vida poderá favorecer este indivíduo. A luta anti-manicomial poderá se efetivar em melhores resultados porque os psicóticos são passíveis de serem tratados através da medicina levando à sua ressocialização. |