INTRODUÇÃO


As proteínas responsáveis pela transformação da energia química da hidrólise do ATP em energia mecânica são responsáveis por um dos eventos biológicos mais interessantes e complexos conhecido: a capacidade de deslocamento de estruturas vivas.

O que vai ser deslocado varia enormemente: proteínas especiais chamadas de dineínas e cinesinas são capazes de promover o deslocamento de estruturas subcelulares, como por exemplo o tráfego de vesículas sobre os microtúbulos no axônio de neurônios ou como o deslocamento de organelas (como lisossomos e endossomos) para a sua localização correta na célula. Outras proteínas, como a actina, são capazes de promover o deslocamento de células inteiras através da polimerização de monômeros de actina G no citoplasma das mesmas de modo a permitir a formação de pseudópodes. E existem ainda as células responsáveis exclusivamente pelo delocamento de organismos inteiros. Estas células (chamadas de células musculares) conseguem realizar tal façanha através da interação de duas proteínas presentes em todos os animais: a actina e a miosina

Mas, no outro ramo da evolução, as bactérias alcançaram feitos igualmente notáveis: proteínas motoras diferentes de tudo já visto. Embora haja uma semelhança inicial entre a aparência das proteínas motoras de bactérias e os flagelos das células de eucariotos, pelo menos duas diferanças separam claramente as duas estruturas: os flagelos bacterianos se movimentam através da rotação sobre um eixo imaginário perpendicular à sua inserção na célula, enquanto os flagelos dos eucariotos se movimentam através da oscilação em um mesmo plano de movimento. A outra diferença consiste no fato de que os flagelos bacterianos se movimentam sem a necesidade da hidrólise do ATP, enquanto nos eucariotos o deslizamento dos microtúbulos só ocorre devido ao gasto de energia química da quebra de GTP.

Na nossa página, iremos abordar assuntos comuns a todas as células vivas: a existência de proteínas especias para conferir movimento às mesmas, além dos exmplos de como tais proteínas são variáveis e, algumas vezes, únicas para cada grupo de seres vivos.