Schistosoma mansoni
A cavidade peritoneal de camundongos tem sido utilizada em estudos básicos
de vários fenômenos que ocorrem durante o processo de transformação
da cercária de Schistosoma mansoni em esquistossômulo.
Além disso, resultados preliminares propiciaram a verificação
rápida, reprodutível e quantitativa da cinética de
aderência celular às larvas durante o processo de transformação
na cavidade peritoneal de animais, normais ou previamente infectados, sob
o efeito de drogas. Por outro lado, cercárias de S. mansoni,
inoculadas na cavidade peritoneal de camundongos da linhagem AKR/J,
conseguiram sobreviver in situ e chegar à maturidade sexual com
produção de ovos viáveis. Os parasitos recuperados
da cavidade peritoneal de ambas as linhagens (AKR/J e SWISS)
não apresentaram pigmento hemoglobínico, indicando que os
mesmos sobrevivem na cavidade peritoneal destes animais sem a necessidade
de ingestão de hemácias. O desenvolvimento do parasito na
cavidade peritoneal de camundongos AKR/J, com produção
de ovos
normais, reforça os dados, já existentes na literatura,
que mostram que o ciclo evolutivo do parasito pode ser completado sem a
necessidade da fase pulmonar. Tais observações mostraram
que a cavidade peritoneal de camundongo pode ser utilizada como modelo
in vivo para estudos, já realizados in vitro, sobre
a interação de células do hospedeiro normal ou previamente
infectado com os parasitos durante o seu processo de transformação.