Revista de Psicofisiologia, 2(1), 1998

Reações autonômicas e hormonais

2) HISTÓRIA E CONCEITOS ATUAIS DAS PERTURBAÇÕES PSICOSSOMÁTICAS

O inter-relacionamento da psique e da soma já era estudado pelos gregos. Representantes dos dois campos de estudo, soma e psique, concordaram durante mais de um século que haviam perturbações que envolviam aspectos somáticos e emocionais. O termo usado foi perturbações no lugar de doenças, pois o termo "doença" pressupõe causa específica, o que não ocorre com as perturbações psicossomáticas, como por Heiroth, quando ele referia-se à insônia, em 1818.

A expressão foi popularizada por Jacobi, psiquiatra alemão, e hoje a Associação Americana de Psiquiatria considera várias perturbações psicossomáticas, como:

asma

dor de cabeça

obesidade

arritmia

dor de cabeça por tensão

piloroespasmo

artrite reumatóide

dor sacroilíaca

prurido anal

asma brônquica

edema angioneurótico

reações alérgicas

cardioespasmo

enxaqueca

respiração asmática

colite espástica

hiperinsulinismo

taquicardia

colite mucosa

hipertensão essencial

tuberculose

colite ulcerativa

hipertireoidismo

úlcera duodenal

cólon irritável

hipoglicemia

úlcera gástrica

Diabete mellitus

menstruação dolorosa

urticária

doença coronariana

náusea

verrugas

doenças de pele

neurodermatite

vômitos

As perturbações psicossomáticas receberam mais ênfase quando percebeu-se que as respostas emocionais eram acompanhadas por manifestações fisiológicas. Durante muito tempo se pensava que havia apenas umas poucas condições psicossomáticas "puras", mas atualmente sustenta-se que a maioria das doenças, cerca de 90%, tem um componente psicossomático, podendo este ser a causa mais importante ou uma causa secundária.

O tratamento dessas perturbações deve combinar tratamento médico e psicológico, tratamento denominado psicomédico combinado, para ser realmente eficaz.