Revista de Psicofisiologia, 1(1), 1997 |
4.1) História
A depressão tem sido registrada desde a antiguidade e descrições do que chamamos agora de distúrbios do humor podem ser encontradas em muitos documentos antigos. A história do Rei Saul, no Antigo Testamento, descreve uma síndrome depressiva, assim como a história do suicídio de Ajax, na Ilíada de Homero. Cornelius Celsus descreveu a melancolia em seu trabalho De Medicina, por volta do ano 100 A.D., como uma depressão causada por bile negra. Na idade média a Medicina permaneceu ativa nos países islâmicos e em "Rhazes", Avicena, o médico judeu Maimonides considerava a melancolia como uma entidade patológica discreta. A melancolia foi também tratada por grandes artistas do passado. Em 1686, Bonet descreveu uma doença mental que chamou de "maníaco-melancholicus". Em 1854, Jules Falret descreveu uma condição chamada "folie circulaire", na qual o indivíduo experimentava humores alternados de mania e depressão. Jules Baillarger (psiquiatra) descreveu a condição "folie à double forme", na qual o indivíduo tornava-se deprimido e ficava num estado de estupor do qual eventualmente se recuperava. Em 1882, Karl Kahlbaum (psiquiatra) usou o termo ciclotimia, descreveu a mania e depressão como estágios da mesma doença. Emil Kraepelin, em 1896 descreveu o conceito de psicose maníaco-depressiva. |