"Saúde" tem sido definida pela OMS como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doença ou enfermidade" (Berglund, 1991). Enquanto isto os dados científicos são as referências mínimas mais seguras para o cumprimento de jurisprudência das leis de tranqüilidade na residência, de contravenções penais no Brasil, que visam assegurar ao cidadão o direito à tranqüilidade no lazer e no trabalho (Muller, 1956; Oliveira, 1995) e para o estabelecimento de legislação municipal, uma vez que outras pessoas mais sensíveis ou debilitadas estão em condições piores. Faz-se necessário conseqüências punitivas mais aplicáveis, como multas crescentes para viabilizar nossa liberação do caos e do mal-estar, diante do "jeitinho" brasileiro da irresponsabilidade da desconsideração e da ilegalidade.
Admite-se para o período diurno níveis mais elevados nas residências e escritórios, que não deveriam ultrapassar 50 dB(A). A partir de 55 dB(A) começa-se a ativação nervosa autônoma simpática, com todos os inconvenientes a partir da pressão do estresse leve, pela ativação permanente do sistema reticular ativador, mantendo-se o ser humano preocupado sem uma razão e com agitação motora estéril, afetando o sistema nervoso central como um todo. Mas, adotam-se utilitariamente níveis iguais ou acima de 55 dB(A) para pressionar operário a produzir ou o cliente a comprar, o que de forma alguma deveria ser feito sem seu consentimento (WHO, 1980; Berglund & Lindvall, 1995).
Já nas atividades de lazer de concertos em salas ou ao ar livre e discotecas recomenda-se que o nível médio (Leq) não ultrapasse a média de 90 dB(A) por 4 horas de audiência ao nível do espectador. A descontração do ouvinte deve provocar menos malefícios do que num ambiente de trabalho. Para evitar lesões auditivas de ruído impulsivo com armas de fogo ou brinquedos, tanto os executores como os espectadores não devem ser expostos a mais de 140 dB(A) de pico, mesmo assim munidos de protetores auriculares.
A reverberação excessiva nas catedrais medievais, de 5 a 10 segundos, exigia que a comunicação fosse transmitida pelo canto lento, como o gregoriano, invés de melhor articulada, para não se atropelar os fonemas, dificultando o entendimento. As pequenas capelas encorajaram o aparecimento da música barroca mais ágil e adaptada à reverberação de 1,5 segundos. As músicas sinfônicas já foram compostas para produzir um pequeno efeito de mistura de notas anteriores às que estavam sendo executadas, por isto que as salas de concertos optaram por um tempo de reverberação maior de 1,7 a 2 segundos (Berglund & Lindvall, 1995). Nas salas de aula os níveis de ruído não deveriam exceder 35 dB(A) e prioridade deveria ser dada ao tempo de reverberação de 0,6 segundos para se obter maior inteligibilidade num fluxo rápido de comunicação. Já nas salas de reunião e cafeterias em prédios escolares o tempo de reverberação pode ser maior, mas abaixo de 1 segundo, para manter alguma inteligibilidade, obedecendo um nível de 50 dB(A) para não estressar, procurando manter o relaxamento. Nos playgrounds exteriores o nível médio (Leq) não deve exceder 55 dB(A) (Ridgen, 1991).