4) METODOLOGIA

4.1) Natureza da pesquisa

    A pesquisa é do tipo descritiva, de acordo com seus objetivos, apontando características de um fenômeno, o ruído urbano (GIL, 1988), ruas ainda de caráter exploratório, pois trata-se de um estudo piloto da exposição dos policiais militares do trânsito aos ruídos ambientais, limitado à Praça Sete. Com base nos procedimentos técnicos de coleta e análises de dados classifica-se como pesquisa bibliográfica e de levantamento de dados (coleta de campo). Quanto ao modelo de abordagem é do tipo hipotético-dedutivo.
 

4.2) Universo

    Policiais militares do BPTran em Belo Horizonte, atualmente com um efetivo de 923 homens, porque trabalham nas vias públicas sob constante exposição ao ruído provocado pelo tráfego de veículos.
 

 4.3) Amostra

    A amostra foi escolhida de forma intencional constituindo-se dos dois praças que fazem o policiamento a pé na Praça Sete pela 2a. Cia do BPTran, respondendo pelo 3o. turno de serviço ( das 13:30 às 20:00 h de segunda a Sexta, com exceção das quartas que é das 13:00 às 19:00 h ).
 

 4.4) Procedimentos, técnicas e instrumentos

    Realizou-se inicialmente entrevistas no BPTran com o comandante do batalhão, oficiais, comandantes de companhias, o chefe da SAS e praças, quando se definiram o local, turno e dias da semana apropriados à medições, escolhidos intencionalmente, por ser a Praça Sete um logradouro com um dos níveis de ruído ambiental mais elevados, de acordo com o mapa acústico de Belo Horizonte (Apêndice 8.2) e com a própria experiência daqueles policiais militares, que também apontaram a Quarta-feira como o dia da semana de trânsito mais tranqüilo e a Sexta-feira como o mais conturbado. O 3o. turno foi escolhido por englobar o "rush" do final da tarde, momento tido como o de pior ruído pelos entrevistados.

  Foram realizadas três séries de medições de ruído nos dois policiais militares da 2a. Cia que fazem o policiamento do trânsito na Praça Sete no turno escolhido. A primeira série no denominado policial militar "A" ("PM A"), dia 09/04/97, uma Quarta-feira, das 13:55 às 19:00 h, a segunda no policial militar "B" ("PM B") dia 11/04/97, Sexta-feira, das 13:35 às 20:05 h e a terceira dia 16/04/97, novamente no "PM B" e numa Quarta-feira, das 13:15 às 19:15 h. Na primeira série de medições, embora o aparelho tenha sido instalado no "PM A" desde o início do seu turno de serviço, às 13:00 h, por falha técnica o efetivo registro dos parâmetros selecionados só iniciou-se a partir das 13:55 h, motivo pelo qual o tempo amostrado foi menor, levando a uma nova medição na Quarta-feira seguinte.
 
    O aparelho utilizado para as medição dos níveis de pressão sonora foi um  dosímetro, que possui características técnicas em conformidade com a American National Standard Institute (ANSI), de acordo com os padrões S1.4-1983, ANSI S1.25-1978 e IEC651-1979, para os medidores de pressão sonora tipo S2A. Foram ajustados como nível base do critério - "Lc" = 85 dB(A) e fator de dose duplicativo de dose - "RT" - igual a 5 dB(A). As faixas de medição foram selecionadas para os limites de 50-100 dB na primeira série e 80-130 nas duas séries subsequentes. O "dosímetro" foi fixado no cinto do policial militar e o microfone preso na gola da gandola, situando-se a uma distância de 150 + 50 mm do ouvido. Os dados fornecidos pelo aparelho em cada medição foram o tempo total medido, faixa de medição, LEQ, LMAX, LAVG e dose.

    Os policiais militares foram instruídos a se comportarem como habitualmente estão acostumados, agindo normalmente quanto aos locais em que permanecem ao longo da Praça, formas de atuação e eventuais saídas para satisfação de suas necessidades fisiológicas e lanche. Durante todo o período das medições os pesquisadores permaneceram na sacada do 9o. andar do Brasil Palace Hotel, situado na Praça Sete, observando o posicionamento e atitudes dos policiais militares, bem como as características do trânsito naqueles dias.

    Devido aos resultados encontrados, foram realizadas audiometrias de repouso nos dois policiais militares que participaram das medições ("PM A" e "PM B") e ainda em um terceiro ("PM C"), que comanda o policiamento da  área. Os policiais militares examinados possuem idades de 32, 31 e 42 anos, respectivamente e tempo de serviço no BPTran de 9 anos (PM A), 11 anos (PM B) e 21 anos (PM C).