Cílios





Em muitas estruturas biológicas, as proteínas são simplesmente componentes de moléculas maiores. Assim como qualquer máquina, muitas proteínas formam partes de estruturas que só funcionam quando todos os componentes estão montados. Um bom exemplo disso é o cílio. Os cílios possuem aparência capilar e estão presentes nas superfícies de muitas células animais e vegetais que servem para mover fluido sobre a superfície da célula, ou para impulcionar a (remo) células simples através de um fluido. Nos seres humanos, por exemplo, as células epiteliais que recobrem o trato respiratório tem cada uma uns 200 cílios que pulsam em sincronia para impulsionar a mucosidade da garganta para eliminação.





Um cílio se compõe de um grupo de fibras recoberto por uma membrana que recebe o nome de axonema. Um axonema contém um anél de 9 microtúbulos duplos que rodeiam os microtúbulos centrais simples. Cada dupla exterior compõe-se de um anél de 13 filamentos (subfibra A) fundidos em um conjunto de 10 filamentos (subfibra B). Os filamentos dos microtúbulos se compôem de proteínas chamadas alfa e beta tubulina. Os 11 microtúbulos que compôem um axonema se mantém unidos com três tipos de conectores: as subfibras A estão unidas aos microtúbulos centrais por uns raios radiais; as duplas exteriores adjascentes estão unidas mediante uns enlaces compostos por uma proteína sumamente elástica chamada nexina; e os microtúbulos centrais estão unidos por uma ponte de enlace. Finalmente, cada subfibra A leva dois braços, um braço interior e um braço exterior, contendo ambos a proteína dineína.

Mas, como trabalha um cílio? Os experimentos têm indicado que o movimento ciliar é resultado da (andadura) quimicamente induzida dos braços de dineína sobre um microtúbulo da subfibra B de um segundo microtúbulo, de modo que os dois microtúbulos se deslizem respectivamente. Os enlaces cruzados de proteína entre os microtúbulos em um cílio intacto impedem que os microtúbulos colidantes se deslizem um sobre o outro, mas com uma certa distância. Assim, estes enlaces cruzados convertem o movimento de deslizamento induzido pela dineína em um movimento de todo axonema.



Os cílios se compõem das seguintes proteínas: alfa-tubulina, beta-tubulina, dineína, nexina, proteína dos raios e uma proteína central. Estas se combinam para levar a cabo uma tarefa: o movimento ciliar, e todas estas proteínas têm que estar presentes para que o cílios funcione. se as tubulinas estão ausentes, então os filamentos não podem deslizar-se; se não há dineína, então o cílio permanece rígido e imóvel; se a nexina ou as outras proteínas de conexão estão ausentes, então o axonema se desmorona quando os filamentos deslizarem. Assim, sem qualquer um desses aparatos o cílio se torna inútil.