Alterações da concentração
de lipídeos e lipoproteínas plasmáticas.
2 - HIPERLIPOPROTEINEMIAS PRIMÁRIAS:
- Classificação:
Há várias décadas atrás, FREDRIKSON
E LEVY criaram uma classificação das hiperlipoproteinemias
baseada no padrão eletroforético de separação
das mesmas; esta classificação reflete os tipos fenotípicos
de alteração, mas não se refere à etiologia
ou aos mecanismos fisiopatológicos da doença. Assim mais
recentemente, um novo padrão de classificação surgiu,
e hoje, ambos são utilizados na prática.
B Classificação Fisiopatológica:
Hipercolesterolemia
Familiar:
Hiipercolesterolemia Poligênica:
Determinada por uma grande variedade de defeitos
enzimáticos e de apoproteínas envolvidas no transporte e
metabolismo do colesterol.
Hipercolesterolemia Familiar Combinada:
Há nestes casos um aumento do Colesterol e
dos Triglicerídeos, associado a uma produção excessiva
de apo B e, consequentemente, de VLDL e LDL.
Hipertrigliceridemia Endógena:
Deficiência de Lipoproteína
Lipase/Apo C II:
Hiperlipidemia Remanescente:
Hiper-a -Lipoproteinemia:
Rara condição associada a um aumento
da síntese do HDL, com níveis séricos de HDL e HDL-Colesterol
aumentados, e colesterol total e TG normais. Estes "pacientes" estão
mais protegidos contra as DAC que a população em geral.
3 - HIPERLIPOPROTEINEMIAS SECUNDÁRIAS:
Muitas hiperlipidemias secundárias seguem
o mesmo padrão descrito para os quadros primários. Não
existem, porém, alterações intrínsecas ao metabolismo
das lipoproteínas. As anormalidades desaparecem com a normalização
do quadro primário.
4 - HIPOLIPOPROTEINEMIAS:
A-b
-Lipoproteinemia Familiar:
Hipo-b -Lipoproteinemia
Familiar:
Estes pacientes possuem baixos níveis de LDL
e de LDL-Colesterol, são assintomáticos e tem menor risco
de desenvolverem DAC.
A-a -Lipoproteinemia
Familiar:
5 - DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DAS DISLIPIDEMIAS:
As dislipidemias são investigadas em laboratório
partir da análise do Lipidograma, um conjunto de testes bioquímicos
que inclui as dosagens de:
- Colesterol Total
Este último pode ser estimado a partir do
resultado dos outros 3.
6 - TRATAMENTO DAS DISLIPIEMIAS:
Medidas profiláticas ®
Exames laboratoriais frequentes para a avaliação dos níveis
de colesterolemia e trigliceridemia.
Dieta:
Reduz até 30% do colesterol total sérico.
Recomendada sempre que o LDL-C esteja maior que 130,0 mg/dl.
Tratamento Farmacológico:
Acionado quando a dieta não atingir a resposta
recomendada, quando o LDL-C for maior que 160.0 mg/dl em situações
de alto risco, ou maior que 190,0 mg/dl em qualquer situação.
Derivados do ác. Fíbrico
® Diminuem a síntese hepática
de VLDL e estimulam a atividade da LPL, aumentando assim o HDL-C.
1- CONCEITO:
As dislipidemias podem ser subdivididas em Hiperlipoproteinemias
(hiperlipidemias) e Hipolipoproteinemias (hipolipidemias); das duas classes
a de maior interesse clínico é a das Hiperlipoproteinemias,
freqüentemente associadas a um aumento do risco de instalação
de outras doenças, tais como as doenças isquêmicas
do coração, pancreatite, etc.
As Hiperlipoproteinemias podem, por sua vez, ser
classificadas em 2 grupos:
São 6 tipos de hiperlipoproteinemias:
São 7 as classes, sempre associáveis
a um dos grupos fenotípicos descritos acima
Pacientes com este tipo de alteração
geralmente desenvolvem aterosclerose precoce e morrem de infarto antes
dos 35 anos. Aproximadamente 75% desenvolvem Xantomas Tendinosos, causados
pela proliferação de células do SRE armazenadora de
colesterol.
Possuem altíssimos níveis séricos
de colesterol e LDL , com TG normal - Padrão II a.
A doença está associada à deficiência
de receptores para LDL no fígado (Rec. Para apo B e apo E), o que
acarreta um aumento de LDL circulante e a falha na inibição
da síntese do colesterol endógeno.
Caracteriza-se por uma elevação menos
marcante do colesterol sérico e eventualmente do TG - Padrão
II a e II b. Fatores dietéticos e obesidade freqüentemente
são agravadores da hipercolesterolemia.
Estes pacientes raramente desenvolvem Xantomas.
São vários os padrões possíveis
de se encontrar ( II a, II b, IV e eventualmente V) , determinados significativamente
por fatores secundários.
Ocorre em pacientes com elevação moderada
dos TG séricos, sem um aumento do colesterol, causada por um aumento
do VLDL - Padrão IV - e de origem patobioquímica desconhecida.
Doenças causadas pela diminuição
da atividade da LPL sérica, seja por defeito na própria enzima
ou na apoproteína C II, sua principal ativadora.
Estes pacientes desenvolvem intensa hipertrigliceridemia,
com aumento de quilomícron e eventualmente, de VLDL - padrão
I e V. O soro destes pacientes é altamente lipêmico, com formação
em certos casos de uma camada leitosa sobrenadante. Tem alta correlação
estatística com um aumento do risco de pancreatite aguda.
Associada a uma diminuição de atividade
da apo E como mediadora da ligação do VLDL e do quilomícron
remanescentes ao fígado. Caracteriza-se por um aumento no IDL, ou
padrão III de Frederikson.
Este pode ser caracterizado por doenças como
"Diabetes Mellitus", Hipotireoidismo, Gravidez, Obesidade, Hábitos
Alimentares, etc.
Doença rara e grave onde não há
síntese de apo B. Quilomícron, VLDL e LDL estão ausentes.
Estes pacientes desenvolvem retardo de crescimento e degeneração
progressiva do SNC, por dificuldade de absorção de AG essenciais
e de vitaminas lipossolúveis.
Também chamada de doença de Tangier,
caracterizada pela ausência de síntese de apo A I ou A II,
e consequentemente por baixos níveis de HDL sérico. Os níveis
de colesterol total sérico estão diminuídos, devido
a ausência de HDL-Colesterol, e estes pacientes, apesar da ausência
de HDL, não estão mais expostos às DAC.
- Triglicerídeos
- HDL - Colesterol
- LDL - Colesterol
A correta interpretação dos resultados
do lipidograma permitem uma análise bastante precisa com relação
à definição de risco para DAC de um paciente - PRÁTICA.
A redução destes níveis: pose
ser obtida através dos seguintes procedimentos terapêuticos:
Deve-se reduzir as quantidades dietéticas
de colesterol e de AG saturados, que, quando esterificados ao colesterol,
dificultam sua degradação
As drogas mais utilizadas são:
Resinas sequestrantes de Ác. Biliares
® Colestiramina,
por exemplo. Bloqueiam o ciclo enterohepático do colesterol. Tem
baixa tolerabilidade e seu uso, portanto, é restrito.
Ác. Nicotínico e derivados
® Inibe a lipase hormônio-sensíveldo
tec. adiposo, diminuindo a liberação de AG livre, a síntese
hepática de VLDL, o "turnover" de LDL e aumentando a excreção
de esteróides nas fezes. Possui intensos efeitos colaterais.
Inibidores da HMG-CoA Redutase
® São as "vastatinas"; Inibem a síntese
endógena de colesterol e aumentam os receptores para LDL no fígado.
Seus efeitos surgem em média após 4 semanas de tratamento.