Membro superior

Ezequiel Rubinstein

Joaquim E. G. Gomes

Márcio A. Cardoso

Humberto J. Alves

1 – Ossos da cintura escapular e do membro superior

Faça uma leitura atenta do livro-texto observando suas figuras, bem como as do atlas e identifique, na peça óssea, os elementos citados na tabela 1. Procure sempre estudar o osso em sua posição anatômica. Para isso é necessário determinar a qual lado ele pertence. Não use lápis ou caneta para apontar os acidentes ósseos, evitando, assim,  danifica-los. Utilize um estilete ou um palito.

2 – Articulações do membro superior

Antes de iniciar o estudo das articulações do membro inferior, lembre-se que elas estão fixadas pelo formol, o que reduz a sua amplitude de movimentos em comparação com o vivente. Assim, não force as peças e observe em você mesmo ou em um colega a amplitude “in vivo “.

Não se limite a identificar as estruturas relacionadas na tabela 2. Analise a forma das superfícies articulares, pense sobre o grau de congruência destas e sobre os mecanismos de estabilização. Faça sempre as classificações morfológica e funcional das articulações estudadas.

O principal mecanismo de estabilização da articulação escápulo-umeral é chamado de “manguito rotador”. O que é e quais são seus componentes?

Porque o ligamento colateral radial não se prende ao rádio? O que é supinação e pronação?

As demais articulações do membro superior serão objeto somente de estudo teórico

3 – Músculos do membro superior

Ao iniciar o estudo dos músculos do membro inferior, lembre-se de:

3.1 – Fáscia do membro superior

Cada músculo possui sua fáscia de revestimento. No membro superior, além destas fáscias individuais, toda a massa muscular está envolvida por um invólucro fascial, que a subdivide em grupos funcionais. Esta fáscia do membro é contínua com a da cintura escapular e com a da região peitoral.

Nas peças disponíveis, a fáscia do membro superior foi retirada, em sua maior extensão, para expor estruturas a ela subjacentes. Seu estudo, portanto, é mais teórico que prático.

Na maioria das peças os retináculos flexor e extensor estão presentes e devem ser identificados

3.2 – Músculos do ombro e músculos do dorso relacionados ao membro superior

A peça do seu grupo pode não ter preservado todas as relações anatômicas e/ou não apresentar em sua totalidade os músculos trapézio, grande dorsal, serrátil anterior, rombóides maior e menor e levantador da escápula. Estude-os teoricamente e veja-os na mesa neutra. Também na mesa neutra, observe a peça com o músculo trapézio rebatido e veja como o músculo grande dorsal se insere na face medial do úmero.

Estude agora o músculo deltóide, que está rebatido parcialmente. Identifique suas porções e veja como ele determina o contorno do ombro. Profundamente ao músculo deltóide estão os músculos supra-espinhal, infra-espinhal, redondo menor e redondo maior (observe como o tendão de inserção do músculo redondo maior situa-se próximo ao tendão de inserção do músculo grande dorsal).

Os músculo m. redondos maior e menor juntamente com o úmero delimitam um espaço de formato triangular, o qual é subdividido pela cabeça longa do músculo tríceps braquial em espaços quadrangular (mais lateral) e triangular (mais medial). Quais são as estruturas contidas nestes espaços?

Identifique os músculos subescapular, serrátil anterior, peitoral maior e peitoral menor. Estes músculos, devido à dissecação, não tiveram preservadas suas relações com a parede torácica. Na peça da mesa neutra tais relações são mais facilmente visualizadas.

3.3 – Músculos do braço. Fossa cubital

Identifique, anteriormente, os seguintes músculos:

Examine as cabeças do músculo bíceps braquial e determine qual é a longa e qual é a curta. O tendão de inserção do músculo bíceps braquial é recoberto anteriormente por um espessamento da fáscia muscular, a aponeurose bicipital, que está ausente da sua peça, mas pode ser vista na mesa neutra.

Na região posterior do braço, o único músculo existente é o músculo tríceps braquial. Identifique suas três cabeças (longa, lateral e medial).

Coloque a peça novamente em visão anterior. Reconheça a fossa cubital e identifique os músculos pronador redondo e braquiorradial, que formam os limites medial e lateral da fossa. Observe que o músculo pronador redondo foi seccionado, próximo à sua inserção radial, para mostrar como o nervo mediano o divide em duas porções, uma superficial e outra profunda.

3.4 – Músculos do antebraço

A identificação dos músculos do antebraço deve ser feita pelos seus tendões de inserção, já que grande número destes músculos possui uma origem comum, o que torna difícil a identificação inicial pelo ventre. Após identificar o tendão, tente identificar o ventre muscular correspondente.

Na região anterior do antebraço identifique os seguintes músculos:

Observe como diversos destes músculos tem origem na membrana interóssea. Qual outra função pode ser atribuída a ela?

Na região posterior do antebraço identifique os seguintes músculos:

Identifique a tabaqueira anatômica.  Quais são seus limites?

Na mesa neutra existem peças nas quais estão preservados os músculos intrínsecos da mão.

4 – Vasos do membro superior

Na peça de sua mesa estão visíveis somente as artérias do membro superior, já que as veias, exceto as superficiais, dão satélites às artérias e, sabendo-se o trajeto destas, sabe-se, automaticamente, o trajeto das outras. A figura 4 é um exercício de revisão que deverá ser feito após o estudo prático das artérias do membro superior.

As veias superficiais foram dissecadas e podem ser vistas na mesa neutra. Além de observá-las estude-as teoricamente. Após tal estudo, você deverá entender, pelo menos, o seguinte:

O estudo dos vasos linfáticos do membro superior é teórico. Após tal estudo, você deverá entender, pelo menos, o seguinte:

4.1 – Artérias do membro superior

A aorta emite, ao nível de seu arco, o tronco braquiocefálico e as artérias carótida comum esquerda e subclávia esquerda. Do tronco braquiocefálico partem as artérias carótida comum direita e subclávia direita. As artérias carótidas são responsáveis por parte da irrigação da cabeça e do pescoço, enquanto que as artérias subclávias, além de contribuírem para a irrigação da cabeça e do pescoço, irrigam os membros superiores, seja através de alguns de seus ramos colaterais ou de sua continuação direta, a artéria axilar.

A artéria axilar tem início ao nível da borda externa da 1a costela e termina ao nível da borda inferior do músculo redondo maior, passando a ser denominada de artéria braquial.

Identifique dentre os ramos da artéria axilar os seguintes:

Qual a relação entre o músculo peitoral menor e a artéria axilar? Qual nervo acompanha a artéria circunflexa posterior do úmero? Para onde este nervo e a artéria se dirigem? Para onde se dirige a artéria circunflexa da escápula?

A artéria braquial, que começa ao nível da borda inferior do músculo redondo maior, vai até a fossa cubital, onde emite seus ramos terminais, as artérias ulnar e radial. Este é o padrão estatisticamente mais freqüente, sendo que a bifurcação da artéria braquial pode ocorrer em qualquer nível, desde sua origem até a fossa cubital.

A artéria braquial emite vários ramos colaterais. Alguns são ramos musculares, sem nome e variáveis no número e no calibre, enquanto outros três, mais importantes, recebem nomes próprios e são as artérias colaterais ulnares superior e inferior e a artéria profunda do braço (só esta deve ser identificada na peça).

Qual a relação, na fossa cubital, entre o tendão do músculo bíceps braquial, a artéria braquial e o nervo mediano? Qual nervo acompanha a artéria profunda do braço?

Reconheça a artéria ulnar e, dos seus ramos, identifique os seguintes:

Reconheça a artéria radial e note sua posição lateral ao tendão do músculo flexor radial do carpo.

As artérias radial e ulnar emitem ramos musculares, inominados e variáveis no número e no calibre. Qual a relação da artéria radial com a tabaqueira anatômica? Quais as referências para a palpação das artérias radial e ulnar ao nível do pulso?

As artérias radial, ulnar e interósseas participam da formação da ampla rede arterial do punho e da mão. Faça o estudo teórico deste arranjo, bem como das artérias intrínsecas da mão.

5 – Nervos do membro superior

Antes de iniciar o estudo prático, reveja seus conhecimentos sobre a formação, distribuição e arranjo em plexos dos nervos espinhais.

5.1 – Plexo braquial

O plexo braquial, responsável por quase toda a inervação do membro superior, está parcialmente situado no pescoço e parcialmente na axila, sendo formado pela união dos ramos ventrais de C5, C6, C7, C8 e T1 (podendo variar para C4 a C8 ou C6 a T2).

Ainda a nível cervical os ramos ventrais dos nervos espinhais se unem para formar os troncos do plexo braquial. O padrão estatisticamente mais comum é o seguinte:

Cada tronco apresenta uma divisão anterior e uma posterior, que se organizam em fascículos, da seguinte forma:

De uma forma geral, os fascículos lateral e medial, derivados das divisões anteriores, suprem a face anterior do membro superior, enquanto o fascículo posterior, derivado das divisões posteriores, supre a face posterior do membro superior.

Os troncos e fascículos do plexo braquial emitem ramos. Os ramos dos fascículos que devem ser identificados estão listados na tabela 3. Observe e complete a figura  5.

Após identificar os nervos supracitados em sua origem no plexo braquial, acompanhe-os em seu trajeto pelo membro superior e note que:

O que há de especial entre o nervo ulnar e o epicôndilo medial do úmero? Porque uma fratura do terço médio do úmero pode lesar o nervo radial?


TABELA 1 - ESTRUTURAS A SEREM IDENTIFICADAS NO ESTUDO DOS OSSOS DO MEMBRO SUPERIOR

CLAVÍCULA

Face superior

Extremidade esternal

Extremidade acromial

Face inferior

Sulco do músculo subclávio

Tubérculo conóide

Linha trapezóide

Impressão do ligamento costoclavicular

ESCÁPULA

Espinha da escápula

Acrômio

Processo coracóide

Face costal

Margem lateral

Margem medial

Margem superior

Ângulos superior e inferior

Cabeça da escápula

Colo

Cavidade glenóidea

Tubérculos infra e supraglenoidais

Fossa infra-espinhal

Fossa supra-espinhal

Incisura da escápula

ÚMERO

Cabeça do úmero

Colo anatômico

Tubérculos maior e menor

Sulco intertubercular

Colo cirúrgico

Crista do tubérculo maior

Crista do tubérculo menor

Face ântero-medial

Face ântero-lateral

Face posterior

Margem medial

Margem lateral

Tuberosidade deltóidea

Sulco do nervo radial

Cristas supracondilares medial e lateral

Capítulo

Tróclea

Fossa radial

Fossa coronóide

Fossa do olécrano

ULNA

Olécrano

Processo coronóide

Incisura troclear

Tuberosidade

Incisura radial

Margem interóssea

Margem anterior

Margem posterior

Face medial

Face anterior

Face posterior

Cabeça

Processo estilóide

Circunferência articular

RÁDIO

Cabeça

Circunferência articular

Colo

Tuberosidade do rádio

Margem anterior -

Margem posterior

Margem interóssea

Face anterior

Face lateral

Face posterior

Processo estilóide

Incisura ulnar

Face articular carpal

MÃO  ARTICULADA

Escafóide

Piramidal

Trapézio

Capitato (grande osso)

Metacárpicos

Semilunar

Pisiforme

Trapezóide

uncinado

 


TABELA 2 - ESTRUTURAS A SEREM IDENTIFICADAS NO ESTUDO DAS ARTICULAÇÕES ESCÁPULO-UMERAL, DO COTOVELO E RÁDIO-ULNAR SUPERIOR

Articulação Escápulo-umeral

Cápsula articular

Ligamento córaco-acromial

Ligamento córaco-umeral

Ligamentos gleno-umerais superior, médio e inferior

Tendão de origem da cabeça longa do músculo bíceps braquial

Lábio glenoidal

 

Articulações do cotovelo e rádio-ulnar superior

Cápsula articular

Ligamento colateral ulnar

Ligamento colateral radial

Ligamento anular

Membrana interóssea

 

 


TABELA 3 - RAMOS DOS FASCÍCULOS DO PLEXO BRAQUIAL QUE DEVEM SER IDENTIFICADOS

Fascículo medial

n. ulnar

n. cutâneo medial do braço

n. cutâneo medial do antebraço

raiz medial do nervo mediano

Fascículo lateral

n. musculocutâneo

 

raiz lateral do nervo mediano

raiz lateral do nervo ulnar (nem sempre existe)

Fascículo posterior

n. radial

n. axilar

n.n. subescapulares superiores e inferiores

n. toracodorsal